quinta-feira, 28 de agosto de 2014

ponto final

Por vezes é difícil usar o ponto final. Colocá-lo de vez e pronto. Aí está ele. Pequeno, firme, mas de enorme tamanho. Um 'sim' é sempre um 'sim', porém um 'não' é sempre questionável; é construída uma montanha-russa em sua volta quando o que queremos é chegar a um 'sim'. Podem até ter sido ditos cinquenta 'nãos' mas um 'sim'... é sempre um 'sim'. O ponto final é fácil de colocar quando escrevemos, ora ali está ele fixo no teclado, ou, ora ali está ele na ponta da nossa esferográfica. Porém, o ponto final, quando usado na nossa vida, é bem mais difícil. Vestimo-lo de vírgulas, reticências, ponto e vírgulas, pontos de interrogação, exclamação... o que seja, mas raramente o usamos de verdade, quando nos envolvemos pela insegurança, pelo medo, por tanta coisa que, por ser tanta, às vezes nem é nada. Nada dura para sempre. Temos que saber como e quando usar o ponto final. Por vezes é inevitável e, por ser inevitável, confundimo-lo com adiável (talvez pela sua paronímia ou consonância). A seguir a um ponto final pode vir um parágrafo, uma nova história, novas palavras... E quem melhor para o contar senão nós próprios? Contudo, é tão difícil terminar algo que até nos fazia bem mas que, de já tão remendado, acaba por não ter conserto. Há que saber distinguir sucata do que é reparável. E há que saber usar pontos finais quando a restante pontuação não é mais a viável; quando a ganga não é mais emendável... quando o ponto final deixa de ser questionável.

Sem comentários:

Enviar um comentário