terça-feira, 11 de junho de 2013

(Des)esperança

Não gosto da esperança,
não gosto de a sentir...
Faz-me acreditar nas coisas,
Que acabam por nunca acontecer.
Fazem-me perder:
Tempo,
Paciência
E estoicismos;
E fazem-me ver as coisas 
De forma optimista,
Quando sei que nunca o são.

Esperança só mesmo a de esquecer,
Ou, pelo menos de deixar de lado
O que poderia voltar a acontecer,
E já não acontecia, nem pode!
Os meus desejos adoram vestir
O verde da esperança,
Mas eles são meramente efémeros,
Irreais, inaceitáveis, transcendentes.

Tudo está bem assim
E é o bem que quero para mim.
As coisas têm o valor 
Que lhes dou,
E a algumas delas dou demasiado valor.

O sol não precisa de se 
Erguer no céu para brilhar,
Mesmo nos dias mais cinzentos
Ele está lá para nos iluminar.
E não precisas de estar à minha frente
Para seres algo presente,
Porque dentro de mim
Há sempre para ti um lugar.

Ó esperança, que louca que és
Por estares presente de todos os feitios
E em todos os lugares;
Por te ver no voo das andorinhas
E no sabor dos ares;
Por todos te quererem 
E eu te negar,
pois é mais fácil desistir 
Do que lutar...

Mas é assim que tudo deve ficar.