domingo, 31 de agosto de 2014

untitled

I don't know if I could just say goodbye or wait for you to say it. This game is restarting and, like always, you're the expert on playing it. Silence is the mood I choose, forgetfulness and ignoring are the ones you use. And the thing is... I can't express my feelings for you or free my thoughts, they get silenced at your presence and speech, they rise up when you're not near and I'm just with me. It's hard for me to believe you don't understand what's happening. Why do you, even now, still only want to please me instead of making me fully happy?
I understand you want to live your loneliness right now, but I'm sick of mine and my emptiness too. I don't ask for much, but I don't only want your touch. I want you completely. Let me try. It might be worth it for both. Talk to me. Let's rebuild ourselves in communion.
I'll give you time but I also have mine and it won't last much more... 

sábado, 30 de agosto de 2014

a little kind of a poem

I have to say something
that I not should... 
you are the the worst thing 
I've ever wanted
and the only that having I not could.
It's my will,
I want you still...

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

saudade

Sinto um pingo de saudade.
Um pingo do tamanho do oceano.
Uma saudade triste,
escrita no silêncio de um piano.

Saudade de te ouvir,
saudade de me fazeres sorrir,
saudade da liberdade
que contigo consigo sentir.
Saudade da casualidade,
saudade do improviso dado ao tempo,
saudade da simplicidade,
de vivermos aquele momento.

Saudade de não ser tua
mas de sentir-me mais tua ainda,
saudade da tua alma nua,
de sentir-me bem-vinda.
Saudade de não amar
e de não sentir saudade,
saudade de me esquivar 
à normal seriedade.

Saudade do que nada temos
mas que, sem querer, acabo querendo.
Saudade de morrer de sentimentos
e continuar vivendo.
Saudade de ser imune
e resistir por dentro,
mas a carne assume
e o fogo arde,
sumindo o alento.

Saudade que ingrata e fraca que és
que me cais aos pés...
A porta está aberta,
por favor, sai de vez.



ponto final

Por vezes é difícil usar o ponto final. Colocá-lo de vez e pronto. Aí está ele. Pequeno, firme, mas de enorme tamanho. Um 'sim' é sempre um 'sim', porém um 'não' é sempre questionável; é construída uma montanha-russa em sua volta quando o que queremos é chegar a um 'sim'. Podem até ter sido ditos cinquenta 'nãos' mas um 'sim'... é sempre um 'sim'. O ponto final é fácil de colocar quando escrevemos, ora ali está ele fixo no teclado, ou, ora ali está ele na ponta da nossa esferográfica. Porém, o ponto final, quando usado na nossa vida, é bem mais difícil. Vestimo-lo de vírgulas, reticências, ponto e vírgulas, pontos de interrogação, exclamação... o que seja, mas raramente o usamos de verdade, quando nos envolvemos pela insegurança, pelo medo, por tanta coisa que, por ser tanta, às vezes nem é nada. Nada dura para sempre. Temos que saber como e quando usar o ponto final. Por vezes é inevitável e, por ser inevitável, confundimo-lo com adiável (talvez pela sua paronímia ou consonância). A seguir a um ponto final pode vir um parágrafo, uma nova história, novas palavras... E quem melhor para o contar senão nós próprios? Contudo, é tão difícil terminar algo que até nos fazia bem mas que, de já tão remendado, acaba por não ter conserto. Há que saber distinguir sucata do que é reparável. E há que saber usar pontos finais quando a restante pontuação não é mais a viável; quando a ganga não é mais emendável... quando o ponto final deixa de ser questionável.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

um

Despedi-me do teu inferno
como se desejasse 
que o teu fogo
nunca mais me tocasse.
Vesti-me de um rigoroso inverno
como se um escudo de gelo
de tudo me protegesse.
Cuspi cada palavra azeda,
para que sentisses,
de vez,
os pormenores de uma página manchada.
Apaguei uma-a-uma labareda,
de modo a enjaular-te
na tua lúgrebe alma penada.
Desmantelei cada minuto murcho
e atirei-os ao mar bravo
que me inunda 
e me sufoca de salinidade.
Fui por atalhos à procura da felicidade,
mas é nos caminhos mais duros
e cegos
que se encontra ela de verdade.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

"Adeus"

Quis dizer-te “adeus”,
mas não é longe que quero que estejas.
Denominei-te insignificância
e não é isso que quero que sejas.

O teu olhar fraqueja o meu ser,
sinto ter perdido algo que nem cheguei a ter.

A fugacidade com que se movem os teus lábios
deixam a minha vida,
cada vez mais,
em câmara lenta.

A cada simples despedida tua,
todo o meu ser se despe de cor.
O sangue que corre se congela e seca,
um nervosismo que se desperta em suor.

A minha voz em constante vibrato,
um pianíssimo desprovido de musicalidade.
Um compasso completamente insensato,
numa avaliação sem qualquer equidade.

Nunca te disse “adeus”
por achar despedida permanente.
Como me pareço ter perdido no tempo.


terça-feira, 12 de agosto de 2014

de que...

De que serve a palavra 'liberdade'
se não a consigo viver?
De que serve ter asas
se o mundo não posso ver?
De que serve dizer que se ama
se não se tem confiança?
De que serve proteger
se o sentimento é de vingança?
De que serve ter a chave 
se a porta é inexistente?
De que serve sorrir
se tudo é aparente?
De que serve sonhar
se a sesta finda?

De que serve seres tu
se não sabes quem és ainda...


Porto

terça-feira, 5 de agosto de 2014

O abismo

Entrei novamente
no labirinto que és tu.
Cada pegada invisível dançante,
invocada por um chamamento oculto,
que só eu sinto.
O meu coração faminto
do teu encanto,
dos teus retoques amorosos
que me aprisionam pela brisa
que recua, indecisa,
entre alfa e ómega.
Tropeço em cada pequena pedra,
em cada deficiência
que surge sem tal aparência.
Vivo nesta demência...
entrando constantemente em labirintos,
mesmo quando a sinalização
apresenta vários perigos.

O abismo.