sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

beira-mar

Se o mar te trouxesse até mim,
eterna seria a minha gratidão.
Vestido de onda,
suspirando maresia,
alma lavada,
nova harmonia.

Sem deixares de ser tu,
com os teus sorrisos breves
e os teus devaneios fulminantes.
Pintar de tom mais esverdeado
esses teus olhos flamejantes.

Trazido até mim
sem quaisquer utopias ou odisseias.
Como um Ulisses,
abstraído de impropérios cantos de sereias.

Ser por mim que anseias
entre soluços de saudade
e carências de apego.
De muito se queixa a realidade
quando a fantasias me emprego.

O mar gela-me a garganta
e tu meu coração;
são os meus olhos quem canta
por meio de inundação.
E geme nesta caneta toda a minha pulsação.

Mas o mar não te traz
e tarda o sol se põe;
a tua imagem é-me fugaz
e não sei o que foi.
Se o tempo,
a verdade,
a história,
a alegria...
Como se houvesse
ainda um pouco do que havia.






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