segunda-feira, 3 de novembro de 2014

apoplexia

se dissesse que te amo
como reagias?
deixavas-me?
não me dizias mais nada?
afastavas-te?
então pouca diferença faz
porque já o fazes.
mas mesmo assim tenho medo.
se pensares que não há qualquer laço
ou sentimento,
qualquer apego 
ou saudade,
vais continuar a querer-me e a olhar-me.
só demonstra o quão fraca sou.
querer ver-te sorrir
pelo prazer que te trago.
gostava de trazer-te mais ainda,
não apenas momentâneo, constante.
eu sei lá se é amor.
o amor é uma doença
indecifrável e indetectável pelos médicos.
há sintomas
mas nem eu própria sou capaz de interpretar.
custa-me admitir que me apeguei a ti,
que gostava de te ver realmente feliz
e de ser esse teu motivo novo de felicidade.
se não o for, não faz mal.
já estou anestesiada. 
digo tão mal do amor 
e falo tanto nele
que talvez seja por isso 
que o meu coração se desgasta. 

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