quinta-feira, 10 de abril de 2014

Não sei porque espero

Não sei porque espero,
se o tempo em mim se gasta.
Desdém que veste o desespero,
armadura que convém.

Não se desprende esta carraça
de mim,
moinho que gira
e me amassa.
Esta insónia que é ameaça
à rotina companheira,
que me consome
de toda e de nenhuma maneira.
Espero o teu nome
mil e três vezes sem conta,
sonolência que em normal trabalho
não se renova.
Que mesquinhez,
que jaula transparente se atravessa;
que ignorância cega 
que me violenta repetidamente; 
que insignificante insignificância
que surge repentinamente.
Quem é esse que se reflecte no espelho,
essa imagem é nada mais que aparente.


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