domingo, 6 de abril de 2014

Mistifório

Os meus olhos querem fechar,
mas eu não.
Pareço querer perder mais tempo,
tempo em vão.

(Mais) Uma noite escura
passada em clarão.
(Mais) Uma presença fantasma
noutro novo serão.
(Mais) Longos pensamentos
que dão as mãos a arrependimentos.
(Mais) Um deslize escusado
dentro do mesmo relógio.

As horas iguais
que se tornam banais;
a voz rouca matinal,
processo normal.
Uma meia que se perde na cama
e a aventura para a encontrar.
O lençol que se esquiva,
o frio que entra pela frincha.
Os olhos semi-cerrados,
a massa sempre a girar.


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