que devoro com o tempo,
sem enjoos, sem descansos,
por olhares frios
na guarida de pinheiros mansos.
És um nó sem ponto,
tinta sem paleta,
num quadro vazio
que a imaginação sustenta
muito mais que a aparência.
És um olhar fugitivo,
outrora aprisionado,
de uma corrente levemente brusca,
sem destinos ou conclusões,
de firmeza tosca.
És uma prosa sem palavras,
poucos diálogos, alguns parágrafos.
De afirmações atentas
que se preocupam de nada,
de tensões esquentadas.
És uma curiosidade, um mistério, fervor;
és cansaço, frieza, ambiguidade.
És e não és.
O começo do fim
e o fim do começo.
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