Tudo
o que sempre quis ser não fui. Tudo o que sempre quis não tenho.
Todas as ambições que fui acumulando com o passar do tempo foram-se
tornando em sonhos. Sonhos. Meros sonhos. Eu acho (infiltrada num certo paradoxo entre a certeza absoluta e a dúvida inocente) que quando alguém diz
ter um “sonho”, é equivalente a ter nada. Há que ter ambições/objectivos, não
sonhos! Sonhos são para aqueles que criam e recriam imagens e
ideologias queridas que nunca chegam ou chegarão a alcançar. Sonhos
têm-se durante os sonos e, até hoje, nunca acordei dentro de um,
aliás, eles dormem em mim. Para quê sonhar? O sonho é uma névoa
que se atravessa na nossa vista. Se eu quero algo, não, não é o
meu “sonho”, é o meu objectivo e, portanto, é para ser
alcançado! Dá-se o nome de sonho àquilo que muito se quer mas que
se considera algo com uma certa impossibilidade. “Nada é
impossível!”, bem, na realidade, impossibilidades existem, como,
de repente, um elefante voar, mas a impossibilidade pode ser
contornada, fintada, vendada, e é aí que está toda a beldade da
coisa, o podermos transformar os nossos sonhos em ambições. Sonhos
todos temos, mas nem todos somos capazes de lapidá-los em
verdadeiros objectivos e concretizá-los.
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