sábado, 21 de novembro de 2015

Aleatoriedade

Eu gosto muito de árvores, mas também gosto de florzinhas. Portanto, se forem árvores com florzinhas, acho que tenho atingido o auge de felicidade do meu dia. 
No outro dia, derivado de um aleatório momento de lazer (que, diga-se de passagem, claramente não são muitos... longe de mim dar-me a hereges andanças dessa envergadura), sentei-me à sombra da ameixeira (porque essa coisa das bananas é demasiado tropical para aqui) e contemplei um pequeno rebento de um pequeno ranco de uma pequena árvore (e eu que sou tão grande). Não é que o safado teve a ousadia de se fecundar a esta altura do ano? O frio já anda por aí a dar aso aos seus encantos e um rebento lembra-se de se fazer surgir. Olha-me esta. Por isso é que este mundo está como está: andam uns a fazer as coisas às pressas para não apanhar resfriados e, outros, armados em valentes, decidem dar o ar de sua graça. Eu não sei, mas cheira-me que vai sofrer não só de pneumonia mas também de enredos de solidão. Contudo, alicia-nos à sua observação. É o único ali, sem medos nem remorsos. Olha, gostava de ser assim. Mesmo sozinha sentir-me a pessoa mais bem acompanhada do mundo, sem sofrer frios, incertezas ou crises de meia idade. 


Sta Mª da Feira


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