Por quem me tomas, penumbra fria,
se nada de ti quero.
Tu que me sufocas,
tu que me assassinas
tudo o que em mim não é desespero.
Dissolvo-me na angústia,
sem qualquer socorro ou aviso;
encontro-me num escuro sem fundo,
mais profundo do que o abismo.
Porque em lágrimas mergulho
e em lágrimas adormeço,
e após sentir uma afiada espada
no meu peito estremeço.
Por quem me tomas, melancolia,
quando nada quero de ti,
senão desprender-me dessas algemas turvas
que nada em mim esclarecem.
Sou vítima de uma asma que tende em aparecer;
gritos entre surdos
e gestos entre cegos que não querem ver.
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