sábado, 9 de maio de 2015

treze

Na longitude encontrei o meu cansaço
e na tua ausência
a razão do meu desassossego.
Sentir-me segura apenas no teu abraço,
faz-me cair, súbita,
sem o teu apego.

E das amarras que não me desenhaste
não me quero desprender,
nem sequer me despedir.
Nesse primeiro beijo que traçaste,
acabei por tropeçar
e por me despir.

Por isso custa lembrar o teu sabor,
pregar-me no silêncio
e não te ter por perto.
Por mais sabendo que não é amor,
é uma construção ascendente,
com felicidades, angústias e aperto.

Ansiar-te nem que por meros momentos,
como se toda uma vida
se contemplasse apenas num minuto.
Sentir que te tenho em todos os tempos,
mesmo que seja apenas um em muitos;
basta-me pouco quando não pode ser tudo.

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