Acordei sem saída,
sem sequer ter achado a entrada;
de mente despida,
de alma frustrada.
Espelhos partidos
prometendo azar,
sonhos perdidos
sem pernas pr' andar.
Noites cansadas
de insónias bravas
que se revelam em fins de madrugadas
longe de contos de fadas.
Ignorância resoluta
com dor absoluta
que o sorriso oculta,
sem nunca se cansar.
Vivo dentro duma casota,
presa a uma rotina remota
à felicidade firme e constante.
Acrescentando uma saudade ofegante
que me desprende de avante
de todos os realismos.
Uma dança insólita
que me deixa alcoólica
de prazeres momentâneos.
Um olhar frio e escondido
que vive ferido
da sua própria sentença.
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Onde foi ela?
Ela sorria tanto. Ria com tudo. Os olhos brilhavam humildemente sem hesitar. A sua pele tinha uma lividez facilmente sentida à distância. Os cabelos dominavam o vento numa dança contemporânea. A voz era docemente trémula. Ela cheirava a Primavera. Admiradora do céu em todas as fases, de todas as cores, maneiras e formas. O seu calor tocava a todos. A sua simplicidade humilhava a extravagância. Alma festeira, bola de espelhos omnifulgente. Miragem. Coragem. Força. Alegria. Esperança. Fantasia. Música vibrante. Corpo dançante. Bondade cintilante. Era ela.
Mas o tempo rebobinava e avançava sem cessar. Ela ficava sozinha. O sorriso desvanecido em nevoeiro. O olhar cristalizado e triste. A pele áspera e irritada. Os cabelos encarapinhados, embaraçados e chateados. A voz fraca resfriada. Inodora. Amnésia parcial. Enregelada. Incolor. Alma fugitiva. Desaparecida. Cobarde. Fraca. Infeliz. Desesperança. Ilusão. Mudez. Invalidez. Arrogância. Onde foi ela?
Podias sim
Podias beijar-me
esta noite, meu amor.
Deixar-me saciada de ti.
Deixar-me completa de mim.
Limpar-me as gotas de orvalho
que escorregam no meu rosto.
Podias abraçar-me
esta noite, meu amor.
Mostrar-me o céu a nu.
Mostrar-me o bosque proibido.
Levar-me a um mundo meu
desconhecido.
Podias agarrar-me
esta noite, meu amor.
Revelar-me o segredo dos teus olhos.
Revelar-me o sabor da tua língua.
Libertar-me das angústias
e desgostos que embucho.
Podias ser meu
todas as noites, meu amor.
Deixar-me ser tua e tu meu.
Mostrar-me que o amor não é só breu.
Revelar-me na tua vida
de forma imortal.
esta noite, meu amor.
Deixar-me saciada de ti.
Deixar-me completa de mim.
Limpar-me as gotas de orvalho
que escorregam no meu rosto.
Podias abraçar-me
esta noite, meu amor.
Mostrar-me o céu a nu.
Mostrar-me o bosque proibido.
Levar-me a um mundo meu
desconhecido.
Podias agarrar-me
esta noite, meu amor.
Revelar-me o segredo dos teus olhos.
Revelar-me o sabor da tua língua.
Libertar-me das angústias
e desgostos que embucho.
Podias ser meu
todas as noites, meu amor.
Deixar-me ser tua e tu meu.
Mostrar-me que o amor não é só breu.
Revelar-me na tua vida
de forma imortal.
domingo, 14 de setembro de 2014
Sem rumo
Sem rumo,
sem destino,
assim me sinto...
Olhar o futuro e não ver o caminho,
olhar o espelho e não ver o figurino,
caminhar na multidão e estar sozinho.
Ter imensas direcções e não ter nenhuma,
saber o que não se gosta
e não encontrar gosto para nada mais...
Estar perdida e de bússola na mão,
cujo ponteiro gira sem opção.
De tristeza ao peito
e no rosto ilusões;
sem vontade,
só meras tentações...
Frases que acabam em pontos de interrogação,
ferida côncava no meio do coração...
Um fôlego de lenta respiração,
estrada em tempos idealizada
sem conhecimento da sua localização.
O tempo corre cada vez mais em vão,
pausa total que gera podridão.
Vozes que gritam na cabeça,
peso nos ombros,
o meu sangue nas mãos.
sem destino,
assim me sinto...
Olhar o futuro e não ver o caminho,
olhar o espelho e não ver o figurino,
caminhar na multidão e estar sozinho.
Ter imensas direcções e não ter nenhuma,
saber o que não se gosta
e não encontrar gosto para nada mais...
Estar perdida e de bússola na mão,
cujo ponteiro gira sem opção.
De tristeza ao peito
e no rosto ilusões;
sem vontade,
só meras tentações...
Frases que acabam em pontos de interrogação,
ferida côncava no meio do coração...
Um fôlego de lenta respiração,
estrada em tempos idealizada
sem conhecimento da sua localização.
O tempo corre cada vez mais em vão,
pausa total que gera podridão.
Vozes que gritam na cabeça,
peso nos ombros,
o meu sangue nas mãos.
Ria de Aveiro |
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
dois
Dá cada passo devagar
mas vem ter comigo.
Quebra este silêncio.
Olha-me nos olhos,
diz-me o que vês...
a minha alma
ou o teu reflexo?
Não me pareces perplexo.
Dás-me a volta a cabeça
com cada teoria suspensa,
onde está o mapa que traçámos?
Não me deixes em sala de espera,
não posso pedir mais tempo ao tempo
quando de tempo precisar.
O relógio continua
e a terra não pára de girar,
por que razões devo então esperar?
mas vem ter comigo.
Quebra este silêncio.
Olha-me nos olhos,
diz-me o que vês...
a minha alma
ou o teu reflexo?
Não me pareces perplexo.
Dás-me a volta a cabeça
com cada teoria suspensa,
onde está o mapa que traçámos?
Não me deixes em sala de espera,
não posso pedir mais tempo ao tempo
quando de tempo precisar.
O relógio continua
e a terra não pára de girar,
por que razões devo então esperar?
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