Por vezes é difícil usar o ponto
final. Colocá-lo de vez e pronto. Aí está ele. Pequeno, firme, mas
de enorme tamanho. Um 'sim' é sempre um 'sim', porém um 'não' é
sempre questionável; é construída uma montanha-russa em sua volta
quando o que queremos é chegar a um 'sim'. Podem até ter sido ditos
cinquenta 'nãos' mas um 'sim'... é sempre um 'sim'. O ponto final é
fácil de colocar quando escrevemos, ora ali está ele fixo no
teclado, ou, ora ali está ele na ponta da nossa esferográfica.
Porém, o ponto final, quando usado na nossa vida, é bem mais
difícil. Vestimo-lo de vírgulas, reticências, ponto e vírgulas,
pontos de interrogação, exclamação... o que seja, mas raramente o
usamos de verdade, quando nos envolvemos pela insegurança, pelo
medo, por tanta coisa que, por ser tanta, às vezes nem é nada. Nada
dura para sempre. Temos que saber como e quando usar o ponto final.
Por vezes é inevitável e, por ser inevitável, confundimo-lo com
adiável (talvez pela sua paronímia ou consonância). A
seguir a um ponto final pode vir um parágrafo, uma nova história,
novas palavras... E quem melhor para o contar senão nós próprios? Contudo, é tão difícil terminar algo que até nos fazia bem mas que, de já
tão remendado, acaba por não ter conserto. Há que saber distinguir sucata do que é reparável. E há que saber usar pontos finais
quando a restante pontuação não é mais a viável; quando a ganga
não é mais emendável... quando o ponto final deixa de ser
questionável.
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