Não
existe silêncio absoluto.
Há
sempre algo,
por
mais pequeno e insignificante que seja.
Um
relógio.
O
vento.
Um
portão ferrugento.
O
batimento cardíaco.
O
próprio pensamento.
A
madeira da escada que estala.
Os
travões desafinados de uma bicicleta.
O
canto leve do pássaro no ninho.
Nem
o sono é vivido em silêncio pleno.
Será que existirá o dia
em
que vivamos em absoluto silêncio
sem
pontos finais
tudo
suspenso
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