É mesmo assim. Quando parece bom demais para ser verdade, a mentira revela-se. E perguntas: mas dramatizei tanto para quê? Acreditei, mais uma vez, para quê? As pessoas atiram palavras do nada, sem realmente sentirem o verdadeiro significado delas. Pensam nelas, sopram-nas na tua direcção e, mesmo já sabendo tu do que a casa gasta, continuas a deixar-te absorver por elas. Monstros. As palavras são monstros! Daqueles que se transformam constantemente, pois primeiro são como de peluche, todos felpudos e atractivos em que só te apetece andar com eles nos braços, mas que depois se transformam em ogres gigantes (e não idênticos ao Shrek, esse ainda conseguia ser querido) que te sufocam de modo a ficares sem respiração e, depois de já estares presa naquela claustrofobia, abandonam-te ali, sozinha. Pior de tudo não é a vontade que tens de esmagar aquele monstro gigante que se revelou, é mesmo a vontade que tens de ter de volta aquelas palavras anteriores, aquelas que eram monstros felpudos e carinhosos, aquelas que te aqueciam e que te deixavam bem; vontade de voltar a ter aquele conforto de volta. Mas deixaram-te assim: sozinha, sufocada, saudosa. É sempre da mesma forma e nunca aprendes. Acreditas-te sempre, pára de te acreditar! Pára de ser ingénua. Pára de acreditar que há palavras diferentes, vindas de lugares diferentes e que deves valorizar e importar-te com elas... Já sabes como é o habitual, mas mesmo assim deixas-te vendar, deixas-te seduzir, deixas-te dominar e deixas-te ir. E agora ficas a pensar em qual terá sido o problema e no que aconteceu. Vê se pensas também que as mesmas palavras podem surgir e convém prevenires-te, por isso, esconde-te e não te deixes envolver. Palavras ditas não são ripostadas de olhos fechados, abre-os e veste essa armadura de marfim frio que deixaste que te despissem.
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