O mundo está repleto de cores e sabores,
de ódios e rancores,
de histórias em tempos vividas.
Imensas folhas caídas,
almas vendidas,
raios que rompem o céu.
Cérebros de minimeu,
palavras que um dia alguém perdeu,
dias mais escuros do que a noite.
Chicotes que são açoite,
fazendo surgir afoite
o grito de uma criança.
Corações presos numa lança
que se esperneiam em dança,
batimentos que se quebram de ritmo.
O mundo preso por um estreito istmo,
enfurecido por um núcleo ímpeto,
que se derrete em dor ardente.
segunda-feira, 30 de junho de 2014
Sabes?
Sabes que sou livre
mesmo quando me aprisionam.
Sabes que grito
mesmo quando estou em silêncio.
Sabes que te procuro
mesmo quando te ignoro.
Sabes que te quero
mesmo quando fraquejo.
Sabes que o que quero é ficar
mesmo quando fujo.
Sabes quem sou.
Sabes?
mesmo quando me aprisionam.
Sabes que grito
mesmo quando estou em silêncio.
Sabes que te procuro
mesmo quando te ignoro.
Sabes que te quero
mesmo quando fraquejo.
Sabes que o que quero é ficar
mesmo quando fujo.
Sabes quem sou.
Sabes?
terça-feira, 24 de junho de 2014
cobiça
sabias bem mais do que o meu nome.
sabias de cor o nome do meu perfume,
as primeiras letras que te mostrei.
desde o primeiro momento te despertei.
sabias como me chamar a atenção.
sabias a que coisas dizia 'não',
como me fazer rir.
desde o primeiro momento fiz-te sorrir.
sabias como era o meu estilo de roupa.
sabias que de manhã tinha a voz rouca,
como detestava me maquilhar.
desde o primeiro momento percebeste o meu medo em amar.
sabias que no fundo era frágil.
sabias que demonstrava apenas ser ágil,
havia tanto em mim por conhecer.
desde o primeiro momento me quiseste entender.
sabias que olhava contra o teu olhar.
sabias que era propositado cada cruzar,
querias ter cada vez mais de mim.
desde o primeiro momento me quiseste arrancar um 'sim'.
sabias que não era tarefa árdua.
sabias que não merecia mágoa,
era tão simples soltar-me um sorriso.
desde o primeiro momento sentiste-te indeciso.
sabias que me mostraria sempre dura.
sabias que tinha em mim um espírito de aventura,
querias que fosse certo o que estava errado.
desde o primeiro momento fiz-te querer cometer pecado.
sabias bem mais que qualquer outra pessoa.
sabias perfeitamente o que mais me magoa,
mesmo assim continuaste com alento.
como já quis que não tivesse existido esse primeiro momento.
sabias de cor o nome do meu perfume,
as primeiras letras que te mostrei.
desde o primeiro momento te despertei.
sabias como me chamar a atenção.
sabias a que coisas dizia 'não',
como me fazer rir.
desde o primeiro momento fiz-te sorrir.
sabias como era o meu estilo de roupa.
sabias que de manhã tinha a voz rouca,
como detestava me maquilhar.
desde o primeiro momento percebeste o meu medo em amar.
sabias que no fundo era frágil.
sabias que demonstrava apenas ser ágil,
havia tanto em mim por conhecer.
desde o primeiro momento me quiseste entender.
sabias que olhava contra o teu olhar.
sabias que era propositado cada cruzar,
querias ter cada vez mais de mim.
desde o primeiro momento me quiseste arrancar um 'sim'.
sabias que não era tarefa árdua.
sabias que não merecia mágoa,
era tão simples soltar-me um sorriso.
desde o primeiro momento sentiste-te indeciso.
sabias que me mostraria sempre dura.
sabias que tinha em mim um espírito de aventura,
querias que fosse certo o que estava errado.
desde o primeiro momento fiz-te querer cometer pecado.
sabias bem mais que qualquer outra pessoa.
sabias perfeitamente o que mais me magoa,
mesmo assim continuaste com alento.
como já quis que não tivesse existido esse primeiro momento.
sexta-feira, 20 de junho de 2014
I
Talvez
seja uma pessoa frágil. Talvez quanto mais queira fugir à voz do
meu coração, mais acabo por me entregar a ele. Talvez seja emotiva.
Talvez, afinal, sim, queira envolver-me no amor, no carinho, em
sentimentos verdadeiros. Mas tudo me magoa, até as próprias nuvens
que decidem esconder o sol após um belo dia solarengo e caloroso. As
palavras significam tanto para mim. Talvez me envolva demasiado no
conforto delas, quando é conforto que elas me proporcionam. Talvez,
talvez. Sou uma pessoa indecisa comigo própria, por vezes, pelo
simples facto de não querer correr o risco de surpreender alguém
pela negativa. Como me preocupo com isso... Não com as aparências,
mas com o que vão ver de mim. Não quero que percebam, muito menos
que saibam, que sou frágil, sentimentalista, romantista, sensível,
incompleta ou indecisa. Quero dar a face da robustez porque não
quero que se preocupem comigo, mas também não quero que me deixem.
E já me deixaram à fronteira do abismo, quero eu dizer, pediram-me
licença para me vendar os olhos e eu até fiz o favor em me oferecer
para tal. Somos todos uma cambada de estúpidos, hipócritas, egoístas e truncados. Quanto mais esmolas damos ao pobre mendigo,
mais estamos a preencher o nosso ego. Fazemos questão de
partilharmos os nossos actos de “serviço público”. Mas muito
bem que o fazemos, escusado será coroarmo-nos e idolatrarmo-nos.
Quem será mais hipócrita? O que acusa o outro de ser hipócrita ou
o que se comporta como tal? Quem será mais egoísta? Aquele que
começa por desabafar o que lhe vai na alma ou que acaba por se
abrigar nos pecados da sociedade? Ah não, não. Essa sou
simplesmente eu. Dou por mim a gargalhar comigo própria; parto côcos
à fartazana nesta rotina minha. É engraçado como consigo sentir-me
uma moeda de um cêntimo e, de um momento para o outro, a rainha de
Inglaterra. Uma apoplexia rotineira. Um paradoxo ordinário. Um
eterno dicionário da língua e da gíria portuguesa. Foda-se como
custa ambicionar tanto e cansar-me logo disso. Já fui rapariga de
traçar imensas metas e não descansar até as alcançar, mas acho
que o futuro acabou por me cortar de rente a crista. Caralho, já
comecei a culpar o futuro, o gajo nem espírito deve ter! E se
tivesse, já se teria enforcado há bastante tempo. Tornei-me numa
grande insurrecta. A tentar escrever uma coisa tão bonita e acabo por
praguejar. Eis o meu espelho. Eis Lúcifer apresentado: metade anjo,
metade diabo. E que mais tenho eu a dizer sobre isto? Não sei. Dou
este labirinto por terminado.
Talvez
feche para obras.
sábado, 7 de junho de 2014
Doomed
My
lips were doomed into your hands,
no
one understands:
how
much I cared about you care,
how
I dared about all dare.
How
much I missed you missing me,
how
I kissed without kissing.
How
much I forgot the unforgotten,
how
I thought the unthinkable.
Can
I be who I want?
I
don't only want to be who I can be.
And
being is so unfair
when
loneliness is the left thing to share.
I
thought I was prepared
but
now I think this is not complete.
Do
you admit?
Leaving
me naked in myself
with
no one else
besides
me.
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